quinta-feira, setembro 04, 2008

Infertilidade Masculina... problema do casal...

A infertilidade masculina ainda é vista como tabu pela maioria dos homens. Admitir a possibilidade de não poder ter filhos mexe com a cabeça e com a auto-estima de muitos homens que, por vaidade ou por puro machismo, associam a fertilidade à virilidade e à masculinidade. Mas os especialistas garantem que, do total de casais em idade fértil, 20% apresentam problemas de fertilidade, sendo a metade por razões relacionadas à infertilidade masculina. Estudos da Universidade Federal de Santa Catarina apontam um percentual ainda maior. Segundo a UFSC 40% dos casos de infertilidade são ocasionados pelo sexo masculino, sendo 70% por ocorrência de varicoceles, 20% por processos inflamatórios e 10% por disfunções hormonais.
Segundo o ginecologista e obstetra Rosival Nassar, especialista em reprodução humana, o maior problema de infertilidade masculina é a hipospermia, ou seja, uma diminiução no número de espermatozóides. O problema pode ter origem genética, infecciosa (principalmente por doenças sexualmente transmissíveis) ou até mesmo ser causado por crises de estresse. “O estresse pode até causar a azospermia, que é a ausência de espermatozóides no sêmen, e o tratamento depende de cada caso”, disse o especialista.
Para o ginecologista e obstetra Nelson Santos, também especialista em reprodução humana e delegado da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana no Pará, os homens sempre oferecem uma resistência a mais na hora de fazer os exames para detectar a causa da infertilidade do casal. “Até mesmo nos dias de hoje, há um machismo muito grande, embora o primeiro exame que nós pedimos seja o espermograma para afastar ou confirmar a infertilidade masculina”, explicou Santos.

Segundo o médico, a infertilidade nos homens pode se manifestar de várias formas, tanto na diminuição no número de espermatozóides quanto na má da qualidade destas células. “Tais fatores estão ligados a questões hormonais, anatômicas ou a doenças infecciosas, como varicoceles e a cachumba. Há ainda os casos de criptocridia, que ocorre quando o testículo fica preso à parece abdominal e não desce para a bolsa escrotal”, disse Santos.
Santos explicou que, quando não há resultado satisfatório com o tratamento clínico ou com a cirurgia, a solução é recorrer à última instância: inseminação artificial ou fertilização in vitro, que pode ser através da técnica clássica ou da técnica ICSI (injeção intra-citoplasmática de espermatozóide). “Na inseminação artificial, os espermatozóides são inseridos no fundo do útero.
Quando o método utilizado é a fertilização in vitro através da técnica clássica, um único óvulo é colocado em contato com vários espermatozóides e, após fecundado, inserido no útero. No caso da fertilização ICSI, um único espermatozóide é injetado no óvulo e, depois disso, o embrião é implantado no útero”.
As chances que o casal tem de engravidar com estas técnicas é de 35%, o que é considerado por Nelson Santos como um resultado “bom”. “Um casal normal, sem problemas de fertilidade, tem apenas 22% de engravidar no período entre o início e o fim do período fértil mantendo relações sexuais. O índice de sucesso com a inseminação é bem maior”, afirmou.
O preconceito com a própria infertilidade é, para muitos homens, razão de completo bloqueio. Eles não admitem, muitas vezes nem para eles mesmos, que enfrentam esse tipo de problema. Quando chegam a procurar um médico, muitas vezes escondem até da própria família que têm problemas de fertilidade.
Tentamos por vários dias contatar os clientes de várias clínicas de reprodução humana em Belém e em São Paulo, mas nenhum deles concordou em dar entrevista, mesmo sob a condição de não ter o seu nome revelado. Algumas mulheres até tomaram para si a responsabilidade pela infertilidade do casal, mesmo após o médico ter detectado a disfunção em seus parceiros.
Tratamento feminino é mais fácil
O tratamento para a infertilidade masculina começa com a investigação da causa. O primeiro exame que o médico solicita é o espermograma, antes mesmo de investigar a fertilidade feminina. Por ser um exame de menor custo e mais simples de ser feito, nele é logo descartada ou confirmada a infertilidade do homem, e a partir daí a investigação pode ter fim.
A infertilidade masculina pode ter várias causas, desde disfunções hormonais, anatômicas ou até mesmo psicológica. Para um homem ser fértil, não basta apenas que ele tenha ereção e ejaculações, mas que tenha uma quantidade razoável de espermatozóides no sêmen.
Segundo o ginecologista e obstetra Nelson Santos, especialista em reprodução humana, um homem que possui mais de 20 milhões de espermatozóides na ejaculação é considerado normal e não necessita de métodos artificiais se sua parceira também for saudável.
Se a quantidade de espermatozóides for de 10 a 15 milhões, é recomendado fazer uma inseminação artificial. Neste caso, o sêmen é retirado, fortalecido e injetado no fundo do útero, eliminando qualquer tipo de problema feminino que impeçam a fecundação. Se enquadram neste caso os as mulheres com extrema acidez vaginal, incompatibilidade com o sêmen do parceiro e os casos em que a anatomia feminina impede o encontro do espermatozóide com o óvulo.
“Nos casos em que o homem apresenta apenas 5 milhões de espermatozóides é indicada a fertilização in vitro pela técnica clássica, onde a fecundação ocorre dentro de um tubo de ensaio e os embriões resultantes são inseridos no útero”, explicou Santos.
Para os casos em que a quantidade de espermatozóide é inferior a 1 milhão, a técnica mais adequada é a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozóide), na qual um único espermatozóide é injetado no óvulo. A técnica, além de ser mais trabalhosa, é a de custo mais elevado. A fertilização in vitro do tipo ICSI é também a única solução para homens que fizeram vasectomia mas que decidem ter mais filhos após a esterilização.
Segundo Rosival Nassar, ginecologista e obstetra e especialista em reprodução humana, embora a infertilidade masculina seja mais fácil de ser detectada, é mais difícil de ser tratada que a feminina. “Há ainda casos em que tanto a mulher quanto o homem são superférteis mas não conseguem ter filhos porque a mulher desenvolve um tipo de anticorpo contra o esperma do parceiro.
Cerca de 30% dos casais com problemas de fertilidade têm problema no muco. Nestes casos, fazemos uma inseminação colocando o sêmen no fundo do útero, eliminando o contato do espermatozóide com o muco feminino, conseguindo assim a fecundação”, explicou Nassar.

Fonte: Internet

Observação: Cada vez mais os casais inférteis procuram divulgar mais os seus problemas à sociedade, porém com muita cautela, pois ainda é um tema muito doloroso para quem passa por este GRANDE pesadelo verdadeiro.